segunda-feira, 15 de setembro de 2008

O irmão,rei do baião.


LUIZ GONZAGA NASCIMENTO (Rei do Baião)
No dia 13 de dezembro de 1912, uma sexta-feira, nasce na fazenda Caiçara, no sopé da Serra do Araripe, município de Exu, Estado de Pernambuco, divisa com os estados do Ceará e Piauí. Luiz Gonzaga do Nascimento, o segundo de nove filhos do casal Januário José dos Santos e de Ana Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz da cidade de Exu, recebe o nome de "Luiz" (por ser dia de Santa Luzia) "Gonzaga" (por sugestão do vigário) e "Nascimento" (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo).
Em 1920, aos oito anos de idade, substitui um sanfoneiro em festa tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai; canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez recebe o que hoje se chama cachê; o dinheiro, $20000, amolece o espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro.
A partir daí, os convites para animar festas ou sambas, como se dizia na época, tornam-se freqüentes.
Antes mesmo de completar 16 anos de idade, "Luiz de Januário", "lula" ou "Luiz Gonzaga" já é nome conhecido em Araripe e em toda a redondeza, como: Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.
Em 1929, vira "escoteiro" e apaixona-se por uma mulher a contragosto da mãe, de quem leva uma surra e foge de casa para a cidade do Crato.
O revoltado "Luiz Gonzaga do Nascimento" fica sabendo que as Forças Armadas estão recrutando voluntários. Era isso o que queria. Não pensa muito e alista-se no primeiro posto de alistamento do Exército Brasileiro. O ano, 1930. Explode a revolução nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba.
O então soldado "Gonzaga" nº 122, corneteiro, segue com o 2º Batalhão de Caçadores para a cidade de Souza, estado da Paraíba; ainda em missão, segue para as cidades de Belém, estado do Pará, e Teresina, estado do Piauí; e depois para os Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ganha fama no Exército Brasileiro e um apelido: "Bico de Aço", por ser exímio corneteiro.
Em 1939, dá baixa do Exército Brasileiro e, aventureiro, segue para São Paulo; desembarca na Estação da Luz e, nas imediações compra a sua primeira sanfona "branca" (todas as suas sanfonas seguintes seriam de cor branca) de 120 baixos.
Nesse mesmo ano volta para o Rio de Janeiro, onde faz amizades e inicia a carreira artística, divertindo marinheiros e desocupados em geral no Mangue, lugar também muito freqüentando por malandros e prostitutas.
Explode a segunda grande Guerra Mundial, o Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a norte-americana.
Em 1940, conhece o guitarrista português Xavier Pinheiro e outros artistas que, como ele, disputam a duras penas um lugar ao sol; toca todo tipo de música, de "blues" a "fox trotes"; imita artistas famosos da época, como Manezinho Araújo, Augusto Caldeiros e Antenógenes Silva. Começa a apresentar-se em programas de rádio, como calouro.
Em 1942, começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio começam a se interessar de fato, pelo novo cartaz. Enquanto isso, o Brasil declara guerra à Alemanha e seus aliados.
Em 1946, com Humberto Teixeira, compõe e grava a primeira de uma série de 18 parcerias: "No meu pé de Sena". O sucesso é imediato e enorme, e, ao mesmo tempo, o seu nome começa a correr o mundo: Europa, EUA, Japão. Além de No Meu Pé de Serra, com Teixeira, compôs, entre outras, "Asa Branca", "Juazeiro", "Légua Tirana", "Assum-preto", "Paraíba" e "Respeita Januário".
Em 1953, grava "A vida do Viajante", composição do Irmão Hervê Cordovil.
Em 03 de abril de 1971, o irmão Luiz Gonzaga é iniciado na Maçonaria, na ARLS.'. "Paranapuan" nº 1477, do Grande Oriente do Brasil, Or.'. da Ilha do Governador, do Rito Moderno" ou "Francês". Elevado ao Grau de Companheiro Maçom, em 14 de dezembro de 1972 e Exaltado ao Grau de Mestre Maçom, em 05 de dezembro de 1973. Tendo como seu "padrinho" o irmão Florentino Guimarães, membro do quadro da Loja "Paranapuan".
Na Maçonaria dos Altos Graus ou Filosóficas, foi iniciado no Grau 4, em 29 de agosto de 1984. No Subi .'. Cap.'. "Paranapuan", jurisdicionado ao Supremo Conselho do Brasil para o REAA.
A música " Acácia Amarela" nasceu em 1981. O irmão Luiz Gonzaga, achando oportuna uma homenagem musical à Maçonaria, elaborou a letra e o tema musical. O irmão Orlando Silveira deu algumas sugestões e harmonizou a melodia. Concluído o trabalho, a gravação foi feita em 1982, e incluída no elenco do CD "Eterno Cantador", da etiqueta "BMGRCA", com arranjo de "Orlando Silveira e execução vocal de Luiz Gonzaga".
O GADU nos seus desígnios, requisitou o irmão Luiz Gonzaga para uma outra missão.Sofrendo de osteoporose, passou 42 dias internado no "Hospital Santa Joana", na cidade de Recife. Agravados seus males físicos, viajou para o Oriente Eterno na madrugada de 02 de agosto de 1989, com 76 anos de idade, em conseqüência de parada cardíaca por pneumonia.Sob comovente manifestação popular, seu corpo foi velado na cidade do Recife, e transportado inicialmente para a cidade de Juazeiro do Norte, CE, onde recebeu as bênçãos do Padre Cícero de quem era muito devoto, e daí para sua cidade natal, em Exu, onde foi sepultado.
Clique ao lado para ouvir "Acácia Amarela".

A cobertura da cabeça.

Para os ortodoxos do judaísmo, o homem deve estar sempre com a cabeça coberta, desde a brit-milá (circuncisão), que é realizada no oitavo dia de vida e que simboliza a aliança abraâmica com Deus.
Na prática, todavia, essa cobertura, que é feita com chapéu negro, ou com o kipá --- que é o solidéu, do latim soli Deo = só a Deus --- é obrigatória durante todas as cerimônias litúrgicas. Em Maçonaria, a cobertura da cabeça --- que, geralmente, é feita com um chapéu negro desabado --, é obrigatória para o Venerável Mestre (o presidente da Loja).
Parte desse costume remonta às cortes européias: o rei, quando em cerimônia realizada com a presença de inferiores hierárquicos, cobria a cabeça, como sinal de sua superioridade na hierarquia da corte, enquanto que, nas reuniões com seus pares, todos mantinham a cabeça coberta.
Todavia há, também, nesse caso, uma nítida influência hebraica, do ponto de vista místico, pois, em Maçonaria, geralmente, assim como no judaísmo, a cobertura da cabeça, além de mostrar que, acima da cabeça do Homem, existe algo transcendental, onisciente, onividente e onipresente, que é Deus, o Grande Arquiteto do Universo, evidencia a pequenez humana e a prostração do Homem perante Deus, pois, sendo, a cabeça, a sede da mente e do conhecimento, estando, ela, coberta, mostra a incapacidade humana de entender a divindade, o que é, praticamente, uma afirmação agnóstica. Em última análise é a prova da submissão do Homem a Deus.
Do livro "A Maçonaria e sua Herança Hebraica"
Editora A Trolha - 1993