quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Luís Vaz de Camões




Luís Vaz de Camões, considerado um dos maiores poetas da Língua Portuguesa, e incluído dentre os maiores expoentes da literatura épica universal, nasceu em Lisboa ou Coimbra, havendo dúvidas, ainda, quanto ao ano de seu nascimento, que se supõe ter ocorrido em 1517, 1524 ou 1525.
Sua obra mais conhecida, Os Lusíadas, foi publicada em 1572, ano em que, por alvará do rei D. Sebastião, passou a receber uma tença anual de 15.000 réis, por um período de três anos, o que atenuou um pouco o estado de penúria em que vivia.
Em 10 de junho de 1580, veio a falecer num hospital, em Lisboa, em situação da mais absoluta miserabilidade.
Oportuno observar que, embora, se comemore o seu falecimento na data supramencionada, há autores que informam que o mesmo ocorreu em data diversa.
Consta que o poeta, sentindo-se em estado terminal, levou consigo o seu único troféu, um exemplar de Os Lusíadas. Após comungar pela última vez, doou o livro ao frei Josepe Indio, que o assistiu ao final de sua vida e cerrou-lhe os olhos. O frei fez algumas anotações no exemplar, terminando, com os seguintes termos: “O dia da morte, e certamente o do enterro, era uma sexta-feira, 10 de junho de 1580”.
Autoria: Carlos Perrone

Breve Histórico sobre a Loja Luis de Camões




Em 22 de junho de 1927, foi fundada a Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro, cuja denominação foi alterada ao longo de sua história, até chegar à atual de GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Vários foram os motivos a justificar essas alterações, o que merece um trabalho à parte. Apenas para exemplificar, ressaltamos a mudança da Capital Federal do Rio de Janeiro para Brasília, em 21 de abril de 1960, com a concomitante criação do Estado da Guanabara. Em 1975, houve a fusão do Estado da Guanabara com o Estado do Rio de Janeiro, passando o novo Estado a ter a denominação deste último, a qual persiste até os dias atuais.
Por isto, época houve em que coexistiram a Grande Loja da Guanabara e Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, as quais, em decorrência da extinção do Estado da Guanabara, acabaram por se fundir sob uma única Potência Maçônica, cujo nome ficou vinculado ao do novo Estado do Rio de Janeiro, decorrente daquela extinção e anexação do seu território.
A Loja Luís de Camões, juntamente com a Silence, Urias, Imparcialidade e Caridade, Estrela do Norte, Commercio e Dezoito de Julho, em reunião realizada no dia 22 de junho de 1927, num prédio situado na Rua do Rosário nº 81, fundaram uma nova Potência Maçônica, que adotou inicialmente o nome de Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro.

II - Fundação da Loja

Aos 10 dias do mês de junho de 1880, sexta-feira, data intencionalmente escolhida por coincidir com a comemoração do tricentésimo aniversário da morte do poeta Luís de Camões, um grupo de obreiros da Arte Real, freqüentador do Palácio Maçônico da Rua do Lavradio nº 97 reuniu-se numa sala cedida pela Sociedade Recreio de Santo Antônio, sediada na Rua do Lavradio nº 73. A reunião foi ali realizada porque naquele dia não houve expediente na sede do Grande Oriente do Brasil.
A reunião foi presidida pelo Ir\ Cândido Alves da Silva Porto, em substituição ao Ir \Baltazar da Silveira “impedido por justo motivo de comparecer”.
O Presidente esclareceu que fora o Ir\ Joaquim da Silva Adaez quem tivera a idéia de que “no dia de hoje fosse instalada uma Loja do rito Adoniramita, com título distintivo de Luís de Camões, cujo tricentenário se festejava neste dia, que depois de regularizada, trabalharia sob os auspícios do Sap\ Gr\ Or\ do Brasil”.

Depois de aprovada por unanimidade a instalação da Loja Luís de Camões, foram aclamados os Irmãos que comporiam sua primeira administração: Ven\ Mestre: Francisco Baltazar da Silveira; 1º Vigilante: Cândido Alves da Silva Porto; 2º Vigilante: Joaquim Antônio de Souza Martins; Orador: Manoel Alves da Costa Bracante; Secretário: Joaquim Antonio da Silva Pereira; Tesoureiro: Antonio Alves de Souza Dias; Hospitaleiro: José Antônio Magalhães Machado; Experto: Francisco Xavier da Silva Ferreira; Chanceler: Manoel Gonçalves de Macedo; Mestre de Cerimônias: Antonio José Melo Junior; Arquiteto: José Ferreira da Silva; Cobridor: Antonio José Narciso.

III - Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro

No dia vinte e dois de junho de mil novecentos e vinte sete, os Veneráveis Mestres, Vigilantes e demais membros das Lojas Silence, Urias, Imparcialidade e Caridade, Luís de Camões, Estrela do Norte e Dezoito de Julho, reuniram-se para efetivar a fundação de uma Grande Loja.
Segundo consta na ata de fundação, o principal motivo de tal decisão era a impossibilidade de “continuarem as Lojas Escocesas sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil, cujas leis constituíam um amálgama de todos os Ritos, sendo seus trabalhos realizados no Rito Moderno ou Francês, Rito este repudiado pelos maçons fiéis às leis do Rito Escocês e aos principais fundamentos da Maçonaria codificados nas Constituições de Anderson”.
Deliberada a fundação da Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro, procedeu-se a eleição da sua primeira Administração, sendo escolhidos os Irmãos Arthur Thompson, para Grão-Mestre; Julio Augusto Moreira da Silva, para Grão-Mestre Adjunto; Joaquim Moreira Sampaio, para Primeiro Grande Vigilante; e Álvaro de Figueiredo para Segundo Grande Vigilante, dentre outros.
Ao nome das Lojas afiliadas foi aposto um número, na ordem cronológica de sua adesão. Destarte, coube à Loja Silence, o nº 1, a Urias, o nº2, a Luis de Camões, o nº 3 e à Imparcialidade e Caridade, o nº 4. Estas quatro Lojas se reúnem neste Palácio Maçônico.
Não foi possível obter informações sobre as lojas Commercio e Dezoito de Julho, co-fundadoras da Grande Loja Simbólica do Rio de Janeiro, sendo o mais provável que tenham retornado ao Grande Oriente do Brasil.
Na época, as lojas afiliadas adotaram em sua denominação a expressão “Benemérita” e, por isto, nossa Loja foi denominada Benemérita Loja Maçônica Luís de Camões.
De acordo com o art. 48 do Regulamento Geral da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, as Lojas teriam o tratamento de Augusta e Respeitável Loja Simbólica, precedendo-lhes o nome, o qual não poderá ser de pessoa viva.
Há poucos anos, por deliberação da Grande Loja foram criados novos títulos honoríficos, levando em conta o tempo de existência da Loja.

Por ter ultrapassado o centenário de sua fundação, nossa Loja passou a ser conhecida, no meio maçônico, como Aug\ Resp\ Fid\ e Gr\ Ben\ Loja Maçônica Luís de Camões 3 nº 67.

IV - Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro

Após confusões e fusões, que não cabe aqui expender, face aos limites estabelecidos, chegamos à nossa atual Grande Loja, fruto da fusão da antiga Loja da Guanabara, com a Grande Loja do Estado do Rio de Janeiro, coexistente ao extinto Estado da Guanabara.
Não foi possível o acesso aos registros escritos pertinentes. Sabe-se, apenas, que, com a extinção do Estado da Guanabara, surgiram dois grupos: um que pretendia que a Loja ligada ao extinto Estado da Guanabara mantivesse a sua autonomia, outro, que entendia que deveria haver uma Loja única no Estado do Rio de Janeiro recém-criado, o que prevaleceu, ao final.
Com a constituição da nova Potência, à medida que as Lojas foram se afiliando a ela, passaram a apor um número seqüencial ao seu nome.
Eis a razão do nº 67, que integra a denominação da nossa Oficina.

V - A História Recente da Loja. Testemunho Ocular

A Loja tem se caracterizado por uma grande harmonia entre seus membros, ao longo dos últimos vinte e um anos.
Em 1988, havia um grupo de Irmãos em nossa Loja, cujo poder decisório era incontestável.
Com o veneralato de nosso M\I\ Amaury Augusto Lordello, a Loja tornou-se mais democrática.
A corroborar esse entendimento, devemos considerar o fato de que, por uma decisão tácita dos Obreiros, passou-se a dar oportunidade a um maior número de Mestres para assumir o cargo de Venerável.
No veneralato do Ir\ Luís Militão Henriques Soares, nos anos 1990/1991, foi instituída a Comenda Ítalo D’Augustines Alypio Vieira, com a qual são agraciados todos os membros que mantém o mínimo de vinte anos ininterruptos de freqüência aos trabalhos da Loja.
Na Administração Helcio Muniz (1991/1992), foi elaborado o atual Estatuto da Loja Luís de Camões.
Dos que foram veneráveis desde 1982, apenas três faleceram: Ítalo D'Augustines Alypio Vieira, Ubirajara Cavalcanti e Seraphim Antonio Aguiar de Souza.
Isso deve servir de estímulo aos Irmãos mais novos, pois, ao que tudo indica, ocupar o Trono de Salomão traz longevidade.

Conclusão:

Muito mais se teria a dizer sobre o período de existência de nossa querida Loja Luís de Camões.
Mas, o tempo disponibilizado não poderia ultrapassar aquele normalmente despendido para uma ordem-do-dia costumeira.
Procurou-se, então, destacar alguns aspectos, que convém seja conhecido por todos os membros desta Oficina, principalmente os mais novos. Assoma a curiosidade de se saber, por exemplo, qual teria sido a posição ideológica da Loja por ocasião da Abolição da Escravatura, Proclamação da República, Revolução de 1930, Movimento Militar de 1964, Abertura Política, dentre outros.
Não sabemos se a Loja teve, ou não, influência relevante e direta naqueles eventos.
A atuação das Lojas é limitada pelo pequeno número de Obreiros efetivamente comprometidos com os preceitos maçônicos, pela precariedade de suas instalações físicas, pelo curto lapso de cada administração, e pela submissão natural a uma Potência Maçônica.
Esta é uma grande oportunidade para se fazer uma reflexão sobre o que foi feito, o que deixou de sê-lo, e o que deveria ter sido.
A Loja Luís de Camões 3 nº 67, ao longo dos seus cento e vinte sete anos, formou muitos “construtores sociais”, que trabalharam, de forma incansável, para tornar mais feliz a Humanidade.
E continuará nessa honrosa tarefa, enquanto Maçonaria existir.
Autoria: Carlos Perrone.
Colaboração: Pedro Jorge